sábado, 20 de julho de 2013

Coragem de Crescer

Quando olhamos uma pessoa corajosa, temos tendência de achar que ela não tem medo. Claro que ela tem medo. A diferença é o que ela faz, apesar do medo.
Quem diz que nunca teve medo não é corajoso, é bobo. Não entendeu, ainda, que na vida, desejo e medo são como cara e coroa, as duas faces da mesma moeda. O medo bloqueia, paralisa. O desejo impulsiona, movimenta. Quando o desejo vence o medo, praticamos um ato de coragem. Ao contrário, quando o medo é maior que o desejo, vem o conformismo.
Conformista é a pessoa que, desejando a mudança, não a realiza paralisada pelo medo.
Corajosa é a pessoa que conhece tão bem o próprio medo e desenvolveu tal intimidade com ele, que passa a administrá-lo, ao invés de fugir dele. Realiza. É responsável pela sua vida e interfere positivamente na sociedade.
Falando assim, parece que o medo não tem função e que só existe para   atrapalhar. Não é verdade. Não fosse o medo, todos nós, desejosos de experimentar os prazeres do vôo, saltaríamos dos edifícios. O medo é um mediador, ensina o limite, protege.
Medo e desejo estão a mais tempo em nossas vidas do que podemos, a princípio imaginar.
Já ao nascer, cada um de nós pratica um ato de extrema coragem. Deixamos um lugar quentinho, seguro, provedor, e saímos para o mundo sem muita certeza do que vamos encontrar. Insistir em nos manter lá, na tentativa de eternizar a segurança, só acarretaria prejuízo para todas as partes.         
Este mesmo processo vai se repetindo muitas vezes no decorrer de nossas vidas, quando tivemos que enfrentar a escola pela primeira vez, ao nos apaixonarmos, ao casarmos, ao termos filhos, ao mudarmos de casa, de profissão, etc.
Certamente, o medo vai estar presente, também, na hora da nossa morte.
Deixar o velho pelo novo, o familiar pelo desconhecido.
E assim que a gente cresce.
O mesmo acontece, com as nossas idéias, com os nossos projetos. Quando resistimos às mudanças, não respondendo aos apelos e desafios dos diversos nascimentos que a vida vai, sucessivamente, propondo, ameaçamos a qualidade de nossa existência. Adoecemos. Deixamos de exercer o nosso direito mais legítimo e. que nos distingue das outras espécies: a capacidade de ser criativo e poder participar  conscientemente da formação do futuro.

Autor desconhecido.

Nenhum comentário: